quinta-feira, 26 de julho de 2007

O blog

Estelionatário, segundo o Dicionário Aurélio é o ato de obter vantagem, para si ou para outrem, vantagem patrimonial ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo em erro alguém mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. Ou seja é o ato de ludibriar, passar alguém para trás.

O nome surgiu porque o camaleão na antiguidade era considerado a própria fraude pela sua capacidade de mudar de cor conforme o ambiente. Este animal possui pequenas manchas, parecido com pequenas estrelas. Daí vem o nome “stellio” de “stella” que significa estrela. Por isto que “stellionatu”, no latim, é o exercício da fraude e falsificação.

No Brasil é mais conhecido como o “conto do vigário” ou “171”. O nome “conto do vigário” tem várias versões. Uma delas diz que um vigário se instalou no Rio de Janeiro na época que a família real portuguesa fugia de Napoleão. Ele conseguiu dinheiro emprestado de várias pessoas importantes na Corte com a promessa de que receberia uma vultosa herança de um parente em Portugal. Passou o tempo e o vigário não pagou ninguém. Então o fato virou motivo de piada e depois símbolo de golpe.

No Código Penal Brasileiro que trata de estelionato é o artigo 171. Diz o código, que é um tipo de crime cometido por indivíduo astuto e perspicaz. E é o que realmente acontece. Analisando os diversos tipos de golpes, sempre aperfeiçoado com o tempo, percebe-se que o estelionatário normalmente é ousado, um verdadeiro cara-de-pau. E a pena para este crime varia de 1 a 5 anos de reclusão.

Apesar de amplamente conhecidos, segundo o delegado Manoel Camassa, em São Paulo todos os dias pessoas caem no “conto do vigário”. Muitos não são conhecidos porque a vítima constrangida prefere o anonimato. O delegado inclusive está escrevendo um livro, onde vai contar os diversos tipos de golpes. Camassa diz: "O estelionatário é sempre uma pessoa cativante, que se adapta a qualquer situação. É um verdadeiro artista". E existe todo tipo de golpe. Os velhos e já manjados, mas que ainda assim faz vítimas e os novos que contam com um importante aliado que é a tecnologia.

Mais velho que andar para frente, o do “bilhete premiado” ainda é aplicado por estelionatários. Dias atrás em Mogi das Cruzes uma senhora foi a uma agência sacar pequena quantidade para pagar algumas contas. Foi abortada na área onde fica o caixa-eletrônico. Como era sexta-feira e à tarde, o salafrário disse que tinha ganhado um prêmio de R$ 700.000,00 , mas que precisava de dinheiro para viajar ao interior ir visitar parentes. E que o “prêmio” só poderia ser retirado na segunda e estava ali para um negócio da China. Vendia o bilhete por apenas R$ 20.000,00. A senhora vendo a possibilidade de um lucro fácil, imediatamente sacou da sua conta R$ 10.000,00 e entregou aos pilantras e ainda foi em casa buscar o cartão de outra conta para retirar mais R$ 10.000,00. Mas ao voltar não encontrou ninguém e se deu conta de que foi vítima de um golpe.

O delegado Camassa define as vítimas: “Elas caem nos golpes por comodidade, necessidade ou porque seus olhos crescem diante de uma oportunidade aparentemente imperdível”.

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